“Comédia Del’ Acre” atualmente é uma recriação para teatro de rua. Sua primeira montagem foi concebida para a caixa cênica (palco) a partir de uma oficina realizada pela Federação de Teatro do Acre (FETAC), com intuito de realizar trocas de conhecimentos e a integração de grupos filiados. O trabalho envolveu atores consagrados do teatro acreano e profissionais com menos tempo de palco. Esta primeira versão teve a direção de Nonato Tavares do Amazonas e Lenine Alencar do Acre.
Ao final de 2008, com a nova proposta estética, o grupo realizou a montagem do espetáculo na versão Rua, com preparação corporal do artista acreano Ivan de Castela e direção de Lenine Alencar, contando com 17 atores em cena, dando assim inicio a fundação da Cia Visse e Versa de Ação Cênica.
Sinopse|Baseado em clássicos como Édipo Rei, Greve do Sexo, Romeu e Julieta, Dorotéia, Morte e Vida Severina e Tributo a Chico Mendes, o espetáculo aborda em suas releituras preocupações com as questões das relações humanas, violência contra a mulher, as problemáticas de grilagem, expropriação da terra e de todo meio ambiente.
Sobre o espetáculo| Comédia Del’ Acre é um espetáculo composto de uma colcha de retalhos de várias histórias, onde a narrativa se apresenta num conjunto de elementos físicos e farsescos no contexto apresentado pelos atores neutros sem a si atribuir um personagem principal. Assim, o espetáculo conta a história do teatro através dos tempos que se inicia, com um cortejo músico – teatral, saindo de um local para o outro, convidando e levando o público ao palco desta ação cênica.
Composto de ações físicas sustentadas pela musicalidade, o trabalho se desenrola a partir de Édipo Rei, tragédia grega, que se comunica com a lógica histórica do tempo das relações humanas, ao da comédia de Lisístrata em Greve do Sexo, trazendo em sua narrativa a violência contra a mulher.
Neste ponto, o espetáculo dá um salto histórico e passa para o drama de Romeu e Julieta, que tem em sua linguagem o popular e uma ação cênica possível de se revelar pelo desafio da embolada, que leva Romeu e Julieta a um diálogo objetivo do nascimento do amor entre os dois até o declínio levado pelo ódio entre Capuletos e Montequios.
O Espetáculo segue com a farsa, se utilizando de máscaras para contextualizar o Teatro Moderno Brasileiro de Nelson Rodrigues em “Dorotéia”, que aborda de maneira cômica o feio como belo, onde o belo é pecado.
O restante do espetáculo se pauta em trazer jogos dinâmicos, que se aceleram e desaceleram ao tratar da importância do homem como ser do espaço físico, tendo a terra como local para a vida e a morte, presentes nas peças teatrais “Morte e Vida Severina” e “Tributo a Chico Mendes.
O trabalho se utiliza da linguagem musical para fazer a costura entre as cenas e as várias histórias contadas, explorando a linguagem própria do Teatro de Rua e da comédia, da farsa e da tragédia popular, tem linguagem acessível e veste uma roupagem popular sem perder a criticidade dos textos adaptados e nem suas formas poéticas, além de possuir características bastante peculiares no que diz respeito a tratar de assuntos relevantes, relacionados a questões tão presentes em nosso cotidiano, visando a compreensão da importância do Teatro na vida do ser humano, buscando criar um diálogo com moradores e transeuntes das ruas, praças, mercados e comunidades que visita.
Direção | Lenine Alencar
Elenco base | Beatriz Medina, Claudia Toledo, Luiz Carlos Menezes, Matheus Filgueira, Quilrio Farias, Sacha Alencar, Sandra Buh
Sonoplastia | O elenco
Figurino e Adereços | Ágatha Lima Rosa e Claudia Toledo
Memória de Elenco | Ágatha Lima, André Cesar, Camila Bombom (Em memória), Diego Batista, Dino Camilo (Lambada), Fabrícia Freire, Geovane Roger, Hernan Z, Jhony Carvalho, João Alab, Juliana Albuquerque, Lorhainne, Milla Christie, Nathânia Oliveira, Roberta Marisa, Romualdo Freitas, Rosa Thaís, Sarah Bicha, Saulo Guerra, Yuri Montezuma, Yuri Rosas, Kariane Lins, Jeferson Lambada, Júnior Joy