Desde 2015, a Cia. Visse e Versa realiza o Festival Matias de Teatro de Rua, nome dado em homenagem ao seringueiro, poeta e artista acreano José Marques de Souza¹¹, o Matias, um personagem totalmente ligado às questões sociais e culturais do Acre, na década de 1970. Segundo Gregório, em Matias, o seringueiro poeta: “Através da arte e cultura popular, conseguiu intervir de forma política, artística, social e religiosa na sua comunidade”.

Partindo dessa perspectiva, difundir o teatro e interagir com a comunidade em geral, numa sociedade excludente, poder levar espetáculos teatrais às comunidades periféricas, significa para os fazedores de Teatro de Rua, acesso àqueles que de alguma forma são fonte de pesquisa para seus trabalhos, além de entretenimento, reflexão e transformação. 

Idealizado por Lenine Alencar, articulador da Rede Brasileira de Teatro de Rua – RBTR, o festival conta com a participação de grupos de Teatro de Rua das cinco regiões do Brasil, e envolve, em sua programação, outras linguagens da arte pública como as Quadrilhas Juninas, o Jabuti Bumbá, intervenções, performances, dentre outros. Além da apresentação de espetáculos, realiza atividades de formação e o Encontro Nacional de Teatro de Rua.

Sendo Rio Branco o palco central, agrega municípios acreanos do interior excluídos de circuitos teatrais, como Brasiléia, Plácido de Castro, Senador Guiomard e Bujari, levando espetáculos a estas cidades durante o evento. 

A participação no festival dos grupos, amigos e colegas de teatro como o Mestre Amir Haddad - diretor e ator, Mestre Humberto Lopes – diretor, Adailton Alves - ator e professor UNIR, Licko Turle - mestre e doutor em Teatro, Jussara Trindade - mestra e doutora em Artes Cênicas, Flávio da Conceição - professor doutor UFAC, Vanéssia Gomes - atriz, diretora e pesquisadora, Nonato Tavares - ator e diretor, Giancarlo Carlomagno - ator e produtor, Hamilton Leite - ator e diretor, que diretamente deram suas contribuições, na ampliação dos debates, construção de ideias e de políticas públicas para a arte pública, por meio de rodas de conversas, mesas redondas e nas publicações feitas por eles, possibilita que a Companhia Visse e Versa e o Festival Matias de Teatro de Rua  contribuam como instrumentalização da práticas teatrais, aproximando grupos articuladores nacionalmente, e dos fazeres artísticos desenvolvidos nas várias regiões brasileiras, cumprindo com um papel fundamental para o trabalho em rede, tornando-se parte integrante de um processo de organização horizontal e  política no campo da cultura como vetor da arte pública, motivada pelas iniciativas, realização de projetos, e eventos, que aproxima o Brasil de ponta a ponta.